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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sexta de muito sol e calor



Hoje comecei o dia como muita gente gostaria de começar: caminhando na praia logo cedo. Como é bom ir à praia pela manhã, quando está praticamente vazia e ver o mar ali, beijando a areia, sem pressa, sem expectativas, apenas seguindo o curso da natureza.
Isso me fez refletir sobre como levamos nossas vidas. Moro em Aracaju há 13 anos e raramente vou caminhar na praia, sempre com desculpas de que tenho muito o que fazer, de que o sol é muito forte e tantas outras coisas. Tudo bem, não gosto muito de entrar no mar, mas caminhar ali, sem pressa, foi muito bom e me deu vontade de reptir a dose sempre que possível. Me comprometi a fazê-lo pelo menos uma vez por semana durante as férias escolarese, e se possível, manter o hábito depois.
A saúde agradece e eu mereço.

E, aproveitando essa simples experiência que tive hoje, resolvi deixar aqui um texto meu, que faz parte do livro que ainda vou publicar.

"Ouvi um dia alguém dizer que as ondas do mar são belas porque confiam plenamente no movimento do oceano. E pensando bem é isso mesmo, elas apenas se deixam levar pelo movimento da maré com a certeza de que chegarão à praia; sabem que são únicas e muito respeitadas por isso, não tentam imitar-se umas as outras e nem tampouco estão preocupadas em como as outras chegarão à praia, apenas seguem o seu ritmo, ora calma, ora ferozmente. Seguem seu caminho incessantemente seguindo o fluxo natural de sua existência.
O ser humano foi criado para viver assim, como as ondas, confiando na Sabedoria Divina que nos traz períodos de tempestade e de calmaria, mas que sempre sabe para qual praia nos levar. Não há porque saber para onde nem como as pessoas a nosso redor irão chegar, o importante é sim, saber para onde queremos ir e como chegar lá, sem contudo, desafiar o oceano da vida.
Não podemos confundir esse sentimento de profunda conexão com a vida, e o sentimento de deixar-se levar pelas circunstâncias externas; mas como distinguir esses dois sentimentos? Basta prestarmos atenção aos sinais de nosso próprio corpo; no primeiro caso o que sentiremos será a certeza de que apesar das dificuldades, estamos no caminho certo para a praia e, embora a vida siga como as ondas do mar, no nosso íntimo o ritmo será sereno e confiante e, no segundo caso, o sentimento será sempre o de estar carregando um grande vazio do qual não conseguimos nos livrar, haverá então, um vai e vem de pensamentos e indecisões, formando um mar de dúvidas e desesperança.
O melhor a fazermos é sempre confiar que esse indo e vindo da vida é necessário para que não estagnemos diante dela, para que tudo e todos tenham a oportunidade de alcançar a sua praia, dentro de seu próprio ritmo."

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