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domingo, 25 de julho de 2010

E ela morreu sem saber porque...



São Jorge, acenda uma vela
Em homenagem a ela
A mulher que eu mais amei
E ela morreu
Sem saber porque
Sem saber porque
Sem saber porque.
São Jorge
Pegue o seu cavalinho
E leve o meu recadinho
A mulher que eu mais amei
E ela morreu
sem saber porque
sem saber porque
sem saber porque

Esta música foi criada por meu irmão Paulo como uma brincadeira em sua adolescência, mas o refrão “E ela morreu sem saber porque” merece algumas considerações.

A que tipo de reflexão ela pode nos levar?
Quantas pessoas morrem sem saber por que? Por que nasceram, por que e para que viveram, ou por que morreram?

A ciência começa a dar sinais de que acredita no fato da morte não ser o fim de tudo. Através de estudos com pessoas que tiveram a experiência de quase morte, já é possível fazer algumas comparações e medições das ondas cerebrais, entre outros procedimentos, e constatar que muito há que se aprender a respeito daquilo que para muitos ainda é desconhecido.
Então, se a morte não é o fim de tudo, se há outro mundo desconhecido do outro lado, por que não nos prepararmos para o momento da passagem? Por que há tanto mistério e medo em torno deste assunto? Há tanto tempo tem-se ouvido falar nessa possibilidade, mas pouco se tem conseguido em termos de conscientização em massa.
Acredito que precisamos fazer algo para ajudar os menos esclarecidos a “morrerem” melhor e a seus entes queridos a aceitarem essa separação como algo temporário, como se se tratasse de uma viagem longa.
Tenho comigo uma estória pessoal a respeito da perda de um amigo querido. Ele faleceu em um acidente de Girocóptero. Estive no local do acidente, e fiquei muito chocada. Chorei por vários dias sem parar e nada me consolava, até que numa noite sonhei com ele vindo me pedir para que eu parasse de chorar, que todos em sua família já estavam confortados por saberem que ele estava bem, num lugar muito bonito e cheio de paz, mas que ele só estaria realmente em paz quando eu aceitasse o fato da sua morte. Acordei renovada e com a certeza de que não havia sido apenas um sonho, mas que ele havia estado ali comigo, que realmente existia vida após a morte, e que esta nada mais era do que uma passagem.
E,certa vez, uma cartomante que lia o Tarô de Marselha me explicou que a carta da morte nem sempre tem esse significado. Algumas vezes pode significar a perda de um objeto de estimação, uma separação por viagem ou uma mudança grande em sua vida. Uma mudança que não é necessariamente ruim. E isso se encaixa perfeitamente com a idéia de morte como passagem. A morte nada mais é do que uma mudança, que nos separa de entes queridos e de um ambiente que nos é familiar, que nos parece implacavelmente má e que por ser desconhecida amedronta, mas, se estivermos preparados para ela poderemos sofrer menos diante da perda e descobrir que há do outro lado uma vida muito mais brilhante e interessante do que nossa mente limitada pode imaginar.

Um comentário:

Unknown disse...

É verdade, mas mesmo assim é difícil, né? Tento pensar nisso, mas às vezes não dá.